“Quando o cidadão descobre que ele é o princípio do que existe e pode existir com sua participação, começa a surgir a democracia.”

Herbert de Souza, Betinho

Publicado em 21/03/2017

Assembleia 2017 debate tema Memória Social com colaboradores e parceiros

_ncl7429-grupos_33404979651_oNo sábado, 18/03, realizamos mais um Encontro Anual de reflexões e planejamento, desta vez tendo como tema de debate “memória social”, importante para os projetos que o Elos está acompanhando nas bibliotecas do Ponto Chic e do Lins, selecionados no edital de Educação e Cultura do Voluntariado BB.

Os participantes dos projetos nas comunidades e suas equipes técnicas foram apresentados no início do Encontro, que também contou com a presença da bibliotecária Judith Lacaz, coordenadora técnica dos projetos nas bibliotecas, de Marcela Diniz, da secretaria de meio ambiente de Nova Iguaçu e Fernanda Carísio, do Sindicato dos Bancários, além de colaboradores do Comitê e integrantes das instituições parceiras.

Participaram do debate, como expositores, o Prof. Mario Chagas – poeta, museólogo, doutor em ciências sociais e militante na área de museu social, e Afonnso Drumond – produtor cultural com experiência na área de artes visuais, como curador e museógrafo e nas artes cênicas, como ator e diretor teatral. Atualmente, é coordenador de ações culturais na Ação da Cidadania.

Para Mário Chagas memória é tudo aquilo que queremos guardar e que nos remete a um afeto, a uma emoção, a algo que damos importância. Citou Jacques Le Goff: “A memória, onde cresce a história, que por sua vez a alimenta, procura o passado para servir o presente e o futuro. Devemos trabalhar de forma a que a memória coletiva sirva para a libertação e não para a servidão dos homens”. Depois, falou sobre a Museologia Social como uma Museologia do Afeto: potência criativa (afetos poéticos) e potência de resistência (afetos políticos). Mostrou as experiências diretas do Museu da Maré, passando pelo Museu Vivo de São Bento, Museu de Favela, Museu Sankofa da Favela da Rocinha, entre outras práticas poéticas e políticas de museus em movimento. Por fim, contou sobre o Museu das (R)Emoções, criado pelas famílias da Vila Autódromo que resolveram resistir e lutaram até o fim pelo seu território.

Afonnso Drumond falou dos 25 anos de história da Ação da Cidadania e dos projetos em andamento para preservar a memória do grande envolvimento e participação popular na luta contra a fome e a miséria. Contou sobre o acervo e os vídeos que já foram produzidos e estão sendo recuperados e digitalizados. Relatou a importância da abordagem de entrevista e mostrou sua experiência ao escrever o livro de memórias da sua mãe e da família Drumond, com histórias da vida simples da roça mineira. Citou também o vídeo que foi produzido no Ponto Chic, sobre a história da Dona Terezinha e sua luta contra a fome e a miséria e seu contato com Betinho.

No intervalo, os participantes visitaram a exposição do Elos, com fotos dos projetos assistidos e mostra dos produtos dos grupos de geração de renda.

Na segunda etapa do Encontro, o plenário se dividiu em grupos de atividades: geração de renda (costureiras e catadores), educação e cultura (creches e bibliotecas) e gestão. A discussão para o planejamento das ações teve como orientação: 1) fazer um diagnóstico: avanços e dificuldades, 2) levantar perspectivas: pontos fortes x pontos fracos, 3) formular propostas. A partir dos pontos levantados pelos grupos, será feito o Plano de Ação do Comitê Elos para 2017.

Na terceira e última etapa, realizamos a Assembleia Anual, com aprovação das contas do exercício de 2016 e dos pontos para a reforma do Estatuto do Comitê Elos. Foi aprovada ainda, uma Moção contra as reformas propostas pelo governo ilegítimo e reeleita a diretoria para mais um mandato.

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